Hoje vi, em algum vídeo, a frase “Não se pensa, se flui”.
Concordo e discordo. Acho que se deve pensar E fluir, e os dois elementos
juntos nos levariam ao real parkour. Afinal, me ensinaram que parkour é também
uma filosofia onde não apenas se treina, mas se vivencia.
Pensar demais faz a gente travar. Mas qual o problema de fluir sem pensar? Não
sei vocês, mas eu preciso de uma razão, um motivo para fazer o que eu faço. Por
isso não consigo somente fluir, e por muito tempo tive problemas em me achar
dentro da prática porque não sabia o que me movimentava. Queria correr, ser
forte, mas não sabia o porquê. Aí vinha o desânimo e a desmotivação.
Sofria por não conseguir fazer uma precisão e pensava “Isso
aqui devia me fazer bem, me fazer feliz. Então, por que me sinto tão
miserável?” Eu tentava, mas não conseguia me desligar do parkour. Sempre
voltava, mesmo depois de meses parada, e parecia que nada mudava.
Até que um dia, um amigo me iluminou ao perguntar “O que você sente quando está
no meio de um salto?”
Fiquei muda tentando desesperadamente encontrar uma resposta. Então ele
perguntou: “Primeiro, por que você salta?”
Fiquei chateada por não saber responder nenhuma das perguntas aparentemente
simples, e só respondi “Para de fazer pergunta difícil, pô!”
Nos treinos seguintes àquela conversa, eu passei a reparar na movimentação dos
outros e na minha própria. É possível ler o que uma pessoa sente ou pensa no
modo como se move. Como alguns parecem fazer parte dos obstáculos, enquanto
outros parecem aqueles carrinhos bate-volta. Me perguntava se eles estavam
felizes, cada um com seu parkour, se estavam tão perdidos como eu ou se ao
menos sabiam que estavam perdidos.
Eu estava determinada a encontrar o rumo certo, e depois de voltas e reviravoltas
do destino, fui parar lá em São Luís do Maranhão. Meu primeiro encontro
nordestino foi arrebatador. Sabe, quando você leva aquele choque, voa pra trás
e passa a ver as coisas de outro jeito. Pois é, ali descobri o primeiro
alicerce do meu parkour. A união daquele povo me inspirou, me motivou e me
renovou. Voltei pra casa querendo mudar o mundo.
Mais uma vez me senti decepcionada, fraca e sozinha. Tive que lembrar outra
coisa que esse meu amigo disse: “Você tem que ser a mudança que você quer ver
no mundo. Comece mudando os seus atos, e as pessoas em volta, vão perceber.” E
não foi que funcionou rapaz?!
Redescobri que tinha pessoas maravilhosas a minha volta que
me apoiavam. Agora com a ajuda dos meus amigos eu achei o segundo alicerce, o
foco. Coloquei um objetivo na cabeça, me fortalecer física e psicologicamente.
Sei que vai ser difícil e vou ser tentada a desistir diversas vezes, mas dessa
vez quero ir até o fim. E assim, sem querer, achei o terceiro e último
alicerce, a perseverança.
Criei o hábito de todo dia, todo treino, antes de cada salto, pensar: “Por que
estou me movendo? O que faz me levantar e me mexer?” O interessante é que a
cada dia aparece uma resposta diferente e meu parkour se torna mais fluido,
mais completo e mais EU.
O parkour não é fácil de ser explicado, e só quem o sente com o coração sabe o
que quero dizer.
Já se questionou por que você se move hoje? Se não, te convido a refletir.
Falar sobre mim sempre é um embaraço, mas tudo bem, vamos lá!
Cristã, adoradora do senhor, mantenho meus sonhos e caminhos com fé!
Sou bastantante teimosa, curiosa, sonhadora, meio atrapalhada e indecisa.
Procuro sempre ver o lado positivo de tudo o que me acontece, pois nada é em vão!
Minha fé em Deus e na vida é o que mais me mantém de pé todos os dias. Acredito muito
nas pessoas e não me arrependo de continuar á acreditar, apesar de algumas decepções.
Amo minha família, amigos, namorado, tudo que tenho, agradesço a Deus por me dar o prazer de viver.
Sou apaixonada pelo o que faço, Parkour e Teatro.
Há quanto tempo você treina? Treino a 1 ano e 3 meses, eu acho...
Como você conheceu o parkour?
Bem, conhecer o parkour foi uma sensação estranha pois até então era algo desconhecido para mim.
Um certo dia resolvi ir a um treino com Eder, meu namorado que treina a mais de 6 anos. Como disse, sou
curiosa então decidi experimentar; chegando no local de treino uma das primeiras coisas que me passaram
para fazer de inicio foi a precisão, explicaram como era. Enquanto isso eu pensava " ha! isso é moleza, coisa
simples é só pular..." e assim fiz, pulei, mas nada senti de emoção. No começo eu apenas pulava, sem sentimento algum.
Mas ai muitos vieram a mim para orientar, dizer que é mais que pular, é sentir seu corpo fluir a cada passo, a cada salto dado
é ter o controle do corpo. E foi a partir da curiosidade e incentivo de vários , que hoje considero como companheiros
fiéis de treino, que senti a primeira sensação de fazer uma precisão correta, de sentir o fluir é há em mim, sentir que sou capaz,
que o parkour não é apenas saltar é se superar, ser forte e útil.
Eu via vários traceurs fazendo coisas simples aos olhos mas na prática nem andar em linha reta eu conseguia.
Comecei a observar e pedir auxilio nos treinos, procurei focar mais, ser determinada e tentar até conseguir fazer o meu melhor.
Eu comecei a sentir essa necessidade de fazer o melhor para mim mesma; senti o medo e precisei ser confiante, persistente, buscar meu foco e manter
meu equilíbrio.
O que você viu no parkour?
O que vi no Parkour primeiramente foi liberdade,superação, garra e coragem.Liberdade pelo fato dele não se restringir a um só espaço, como é em outras modalidades e isso super me chamou atenção e é o que mais me prende a ele, essa sensação de liberdade de espaço. Mas a cada treino me surpreendo pois o parkour sempre me mostra novas maneiras de auto- conhecimento. Passei a vê que eu precisava realmente me esforçar para alcançar meus objetivos e isso eu tenho aplicado na minha rotina, não só em treinos... então, vejo o PK como meu professor, psicologo.
O que o parkour significa para você?
O parkour na minha vida, ainda é muito recente porém já posso dizer que se tornou permanente no meu viver.
Aos poucos fui percebendo o quanto ele me ajuda na vida, fora dos treinos. O parkou para mim é uma maneira de compreender-me, é meu ponto de fuga e
está ensinando a me conhercer melhor. Não pretendo parar tão cedo, pretendo crescer mais e mais com o parkour e no parkour.
Quais foram os seus maiores desafios quando você começou a treinar parkour?
Dificuldades tive e tenho muitas, pais que no começo não aceitavam muito, medo de não conseguir fazer um movimento, tempo, estudos e etc.
Ultimamente minha maior dificuldade tem sido o tempo, treino apenas nos fnais de semana, então aproveito ao máximo para me aperfeiçoar.
- Quero deixar registrado aqui também um muito obrigada a todos traucers que me ajudaram e ajudam, de coração sou grata a cada mão que mim ajuda a levantar,
que servem de apoio, e ajudam a aguiar. Que Deus os mantenham firmes e fortes nessa vida. E que a união existente seja mantida!
Eu não poderia deixar de registrar isso.
Nunca deista, pois a nossa capacidade vai além do que imaginamos e com Deus vai além do nos parece impossível. Acredite sempre em você! bj bj :*