Quinta comecei a arrumar as coisas, sexta tudo pronto. Saí de casa cedo, afinal eu e Sabrina pegaríamos o ônibus das 16:30. Minha sorte ter saído cedo, pois desabou o céu enquanto eu estava na Avenida Brasil. Temporal na Avenida Brasil significa pontos de alagamento e trânsito infernal. Consegui chegar às 16 horas à rodoviária. UFA!
Ônibus com Wi-fi (para minha felicidade e da Sabrina), eu tentando não rir alto (mesmo assim o carinha que sentou do meu lado não foi com a minha cara... ahahahahaha...) e comendo todos os biscoitos da Sabrina. Depois de 14 horas chegamos finalmente à Curitiba. 14 horas minhas sem quase pregar os olhos e a Sabrina ainda conseguiu tirar uns cochilos. Fiquei com inveja. A Débora nos recebeu, conhecemos parte da galera da Ponto B que corre pela manhã. Parque lindo mesmo embaixo de chuva. Dali partimos para o encontro mesmo.
Revi gente dos outros encontros de parkour. Abracei gente que, confesso que, já nem lembro mais o nome. Não sei explicar qual é a do encontro feminino que o faz ser tão mágico para mim. Me sinto mais inspirada do que mera observadora (coisa de quem já esteve na organização de muitos encontros). Treino, treino, treino, abraços, abraços, risadas escandalosas, papos aleatórios, intimidade como se conhecesse a pessoa há anos.
Sabrina aproveitou o primeiro dia apenas. Mas, treinou como se fossem 3 dias condensados num só. Conheci histórias de superação. Conversei com a Aline. Tentei seduzir a Caruh, para roubá-la do Rair... falhei de novo! Conheci a Ponto B, o trabalho da Alcance Parkour. Treinei pouquíssimas vezes em academia, foi uma experiência nova para mim. E também foi uma boa alternativa, já que São Pedro quis lavar Curitiba nas tardes do encontro feminino.
Nem só de pulos, cat leaps, ou qualquer movimento que você queira nomear, viveu o encontro. Também fomos à noite curitibana. Entenda-se aqui: Fomos comer e ver o povo fazendo um samba sertanejo (ou algo parecido com isso) perto do local mais barato que encontramos para comer. E, logo eu, que não curto hambúrguer, me vi comendo um búrguer vegetariano maravilhoso. Obrigada, Aline, por isso!
O segundo dia, eu tava moída. A praça para a minha felicidade tinha uma feira rolando. Obviamente comprei bananas... um monte delas, e umas maçãs nanicas. Pensa na alegria da criança aqui! Acho que tentei mais do que tive êxito nas coisas que me propus a fazer naquela praça. E até agora eu me pergunto como é que a Raíssa conseguia fazer climb up naquele muro. Meus dedos mal cabem ali. Como ela conseguia? Mistérios do universo...
Depois do almoço, a Poli ministrou uma oficina na Ponto B. Oficina que me fez lembrar de um questionamento que o Ricardo Farias me fez anos atrás sobre o que é parkour e por que eu treinava. Falou da importância de fortalecer o corpo e "não ser babaca" consigo e com os outros. O que podemos fazer para melhorarmos agora e incentivarmos outros a melhorarem? Não sei por quê, mas me lembrei agora de algo que o Kinesis escreveu há anos: que espelho somos nós?
A Poli nos deu uma planilha com coisas que deveríamos nos desafiar, descobrir a que ponto chegamos, quais são os nossos limites, e como aumentar (ou seria afrouxar?) tais limites. Descobri que estava mais fraca do esperava. Na verdade, foi a confirmação de que ando treinando muito em casa e saindo pouco para me forçar a pensar a adaptar meus treinos. Preciso sair da minha zona de conforto. Será meu desafio de 2018. :)
Foto: @eufefeijo
Depois da oficina da Poli, rolaram os sorteios. Fiquei chateada porque não ganhei nenhum pacote da bala de banana de Antonina. Fui obrigada a furtar balas da Caruh por conta disso. Me aprontei, ganhei pães de queijo, abracei e agradeci aos que me receberam, parti para rodoviária. Voltei para o Rio grata pelas pessoas que me proporcionaram essa viagem, esse encontro, os pulos, risos e amizades. Um dos melhores presentes de aniversário da vida. Detalhe: acho que parte dos ajudaram nisso nem sabem que fiz no primeiro dia do ano. xD