Soprando as velinhas...

By Tatiana Maria - 21:02

Nesta semana eu completarei 4 anos de dedicação ao parkour. Não me refiro a anos de treinos, mas de realização dentro da atividade. Não tenho a movimentação parecida com a de ninguém, nem a mesma evolução. Não sou de julgar quem pratica a atividade pela sua movimentação, mas pelo brilho e vontade que vejo na pessoa de fazer as coisas acontecerem.

Quase sempre estou envolvida na organização dos encontros, desde 2010, e sinto uma inveja de todos aqueles que realizaram os primeiros encontros que sempre são citados como alguns dos mais "entre amigos". Por estar no meio da organização dos encontros, dificilmente consigo treinar com as pessoas que sempre converso através das redes sociais. Depois bate um pouco de frustração de não ter aproveitado o espaço com algumas pessoas, para permitir (junto com outros amigos) que os encontros aconteçam. É um sacrifício que vale a pena quando vemos todos aqueles rostos curtindo um pouco do nosso clima carioca.

Nesses quatro anos, vi tantos e tantos rostos começarem, se animarem e depois desaparecerem dos treinos. Muitos vem e vão atrás daquela radicalidade que vendem nos vídeos. Alguns seguem "mestres" enquanto deveriam entender que são donos dos seus próprios corpos e enfrentarão todos os dias os resultados das suas decisões. Outros ainda não entendem que são espelho para o que pensam da nossa atividade. Se queremos respeito, devemos respeitar o próximo. Se não queremos perder nossos espaços, temos de estar juntos dos que vivem perto das nossas praças. Devemos lembrar que somos parte da sociedade, e que se nos veem de modo deturpado é porque falhamos em algum ponto.

Pessoalmente falando sobre os meus treinos, ainda possuo diversos bloqueios, mas que venço (não importando o tempo que isso leva para acontecer). Quando olho o meu corpo e o sinto mais forte, sei cada passo que dei para estar assim, e consigo sentir que posso melhorar mais. Não vejo a atividade como apenas uma ideia de movimentação, mas como um movimento de pessoas que podem ir além. Não falo fisicamente, mas como cidadãos. Por isso, vejo as campanhas como algo muito importante aqui no Rio. Um corpo não serve para nada, se a cabeça não sabe para onde vai...

E que venha mais um belo dia (independente do que diga a previsão do tempo), para que eu seja uma pessoa melhor.

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