por Raissa Chagas
E lá se foi, mais uma edição do Encontro Feminino de Parkour. É a sexta vez que ele acontece,
diga-se de passagem, e devo dizer que tive muita sorte de poder participar em 3 destes 6
encontros (São Paulo, Rio de Janeiro e agora em Vitória). Tanto no Rio quanto em Vitória, só
foi possível comparecer graças ao projeto “Ajude uma Traceuse” que teve início em 2012 na
cidade dos 40°C.
É maravilhoso poder reencontrar e conhecer pessoas que moram tão longe, essas
oportunidades que só os encontros de Parkour propiciam, vocês sabem como é. Mas a
impressão que tive neste encontro foi diferente do que vi em outros anos. Neste ano eu vi um
cenário do Parkour Feminino mais maduro, que sabe o seu espaço e que tem voz.
A organização do evento foi linda, e o evento ocorreu muito bem. Teve hospedagem,
alimentação (almoço e lanche) e até turismo (este último por conta da Ísis, que é a guia mais
fofa do Brasi). Reconheço a dedicação de toda a equipe que tornou o evento possível, e sei
que o apoio do Governo do Estado auxiliou indiretamente em muito. Eu espero que outros
órgãos públicos de cidades e estados do Brasil, sigam o mesmo exemplo do Espírito Santo em
apoiar o Parkour (fica aqui minha cutucada).
Confesso que quando a Caruh me convidou para falar sobre a minha monografia de conclusão
de curso no evento, fiquei com receio, levando em consideração minhas apresentações em
público. Entretanto o bate- papo se desenrolou tão naturalmente que esqueci de ficar ansiosa.
O que começou com considerações sobre o potencial dos eventos de Parkour na nossa
sociedade, se desenvolveu para o espaço da mulher no Parkour e porquê insistimos em
praticar uma modalidade nem sempre tão democrática. Percebi que muitas tinham alguma
situação vivida para compartilhar e que infelizmente só nós entendemos, para alguns meninos
é quase como se falássemos outra língua.
Eu devo me retratar publicamente pelo texto “Eu não sou sexista” e dizer que no texto fui o
pior tipo de machista que existe atualmente, aquele que não sabe que é. No texto eu preguei
fortemente a masculinização da mulher e como devemos “treinar como homens” para
conquistar nosso espaço. Percebi após este encontro que não é bem assim. Talvez não
treinemos de igual para igual, pode ser que nosso desenvolvimento físico seja mais lento (por
diversos fatores tanto biológicos e sociais que não cabe a este texto tratar), mas nos
entendemos e nos unimos cada vez mais que nos conhecemos e nos identificamos nas
dificuldades umas das outras. Percebi que no aspecto, emocional e (se vocês me permitirem
chamar assim) intelectual, nos desenvolvemos com mais facilidade e agilidade.
Eu agradeço imensamente a Caroline Góes que além de ser responsável em boa parte por este
encontro, ainda faz um excelente trabalho administrando o site do Parkour Feminino Brasil.
Agradeço a Isis Santa Clara Leite que além de ser guia turístico fez as correrias para eu não
perder o voo. Muito obrigada a todos os meninos que auxiliaram na execução do evento, o
encontro não teria sido o mesmo sem o apoio de vocês. E por fim agradeço a todas as meninas
que compareceram, e que puderam compartilhar um pouquinho de experiência comigo.
Pois somos divas subindo morro sem suar, ou dormindo no alojamento sem perder a pose
(haha).
Cabeça nublada
Há 3 meses
3 comentários
Só acho que o sem perder a pose foi para mim. Ahahaha...
ResponderExcluirQue liiiiiindo <3
ResponderExcluirPor algum motivo que não sei explicar, só vi seu texto agora, e a única coisa que eu tenho a dizer é: Muito feliz e muito representada por ele.
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