Uma das coisas mais interessantes de juntar pessoas em alguma coisa é ver quando as suas atitudes são boas ao próximo. Independente da campanha que se cria (doação de sangue, agasalhos, alimentos, ou brinquedos), sempre há muito boa vontade de ajudar quem nem se conhece o rosto, ou a história e os dias de dor e alegria.
Hoje, no Rio, fizemos um DiaPk. Juntamos alguns amigos, trouxemos brinquedos e treinamos. Diversão, despedida do Raxa do Rio, e sacolas de brinquedos para dar. Além dos sorrisos do treino, fizemos diferente. Entregamos às crianças. Subimos escadas e ladeiras. E toda chateação pelo namorado que não entendeu a campanha, ou pelos que não participaram, foi esquecida quando se via o sorriso de felicidade, a timidez e o agradecimento ao ganhar o presente. Talvez não ganhassem nada, mas nos deram muito. Nos fizeram entender que o caminho certo é ser bom.
Você pode não acreditar em religião, mas peço para que acredite e pratique a bondade. Só assim transformaremos os que nos cercam, e, consequentemente, o mundo.
Recebi a missão da Carol! Uma paulista falando de picos cearenses? Havia pensado em pedir para outra pessoa falar por mim.
Mas foi aqui que eu cresci, me criei, conheci minha paixão (parkour) e conquistei, acima de tudo, os melhores amigos que alguém pode ter!
Bom, então a missão é minha!
Fortaleza, para os traceurs e acredito que algumas traceuses, não é "considerada" por seus picos, e sim por seus praticantes. E claro, pelo sol de rachar!
Em todos os encontros cearenses, disponibilizamos uma estrutura incrível para os traceurs, desde andaimes até caixotes e tatames como terá no encontro do ano que vem (momento propaganda)!
Mas eu ja notei, que a maioria dos traceurs que já vieram por aqui mais de uma vez, não ficam presos as estruturas por bastante tempo. Porquê? Porque Fortaleza, como um grande amigo me disse, a cada dois passos é um pico. Eu teria que ter no mínimo uns dois ou três posts aqui pra conseguir falar de todos os picos da minha cidade, até acho que acabaria esquecendo de um ou dois. Então, eu resolvi "filtrar" alguns picos pra vocês.
Parque das Crianças (Pdc)
Temos treinos fixo por aqui, e é nesse pico que acontecem os treinos. O Parque já foi muito "mal" frequentado, de pessoas das mais piores espécies. No entanto, desde que começamos a treinar nele, colocamos uma certa ordem no local, como dizem, nós nos tornamos a mão direita da segurança do Pdc! Por esse motivo e principalmente pela estrutura imensa que o pdc tem, esse pico se tornou a nossa casa! Entendam melhor pelas fotos:
Paredão da Av. Beira-Mar (Paredão)
É nesse pico que conseguimos a maior divulgação do nosso esporte. Com o fluxo intenso de pessoas, o paredão se tornou o nosso pico mais visível e, acredito eu, o pico em que conseguimos o maior número de novos adeptos do parkour. É de costume, todos os sábados quando o sol começa a se pôr sairmos do Pdc e andarmos em direção ao paredão! Não que seja um trajeto pequeno e nada cansativo, mas nordestino é assim né? Esse pico também é conhecido por ser o "berço" dos giradores daqui. Porquê né.
Orla
Esse é o "pico"! Se Fortaleza tem um pico a cada dois passos, a orla é feita de picos. Desde Árvores até pistas de skate, passando por barras, pedras e calçadas! Treinar na orla é de lei pra quem gosta de treinar no domingo a tarde, e claro quem gosta de ficar com AQUELA marcona de sol!
Cuca Che Guevara (Cuca Barra)
Esse pico, ainda é uma novidade para muitos por aqui. Por ser um pico meio "distante" dos que estamos acostumados à treinar, ele se torna meio que novidade para muitos. Treinei apenas uma vez nele, mas já foi suficiente pra ter a vontade imensa de voltar e ficar! Será um pico "inédito" do nosso VI Encontro Cearense em 2013 (momento propaganda de novo)! O Cuca é um centro de esportes, nele são oferecidas aulas de dança, música, teatro e etc. Por esse motivo, o cuca é rico em estrutura, o que faz ainda mais a alegria de qualquer traceur!
Esses são alguns dos picos de Fortaleza, filtrei os mais conhecidos pra vocês. Pra deixar um gostinho de quero mais! Não somos nós (traceurs) nem os picos que fazem Fortaleza, é o conjunto! Esses e outros picos, bem como o sol de rachar estão aqui pra serem explorados. Fico devendo outro post sobre outros picos, e deixo o recado que a maioria já deve ter anotado por ai:
Fale um pouco sobre você:
Eu sou paulistana, mas morei em São José, grande Florianópolis, durante 7 anos e foi lá onde comecei a treinar.
Voltei pra São Paulo em 2009 e, por ter vergonha de ir aos treinos sozinha e por estar trabalhando aos fins de semana, dei uma parada nos treinos. Voltei em 2010, quando resolvi a comparecer a um treino marcado na comunidade e depois disso só parei quando trinquei meu tornozelo. Torci fazendo um cat leap e acabei trincando ele.
Demorei um pouco pra recuperar minha força e confiança pra treinar de novo, mas mesmo assim tinha certeza que voltaria a treinar e voltei.
Confesso que conhecer outras pessoas pra treinar junto e ver que haviam outras meninas treinando também, me motivaram bastante.
Em 2011 fui para os EUA e tive que aprender a treinar sozinha. Eu não tinha muita disciplina pra ficar treinando repetição, mas ficava explorando as possibilidades de movimentação nos lugares que achava.
Agora estou de volta, e é muito bom ter pessoas que eu confio pra treinar junto.
Há quanto tempo você treina? Comecei a treinar em 2008 em Floripa, mas tive minhas idas e vindas.
Como você conheceu o parkour?
Pelo que eu me lembro, uma tia minha mandou um vídeo do David Belle por e-mail para o meu irmão e foi então que ele descobriu o nome parkour. Depois disso ele passou a assistir vários vídeos no youtube e me mostrava o que mais o chamava atenção. A príncipio, eu achava loucura assistir aqueles caras pulando de um prédio pro outro, mas com o tempo, e principalemente depois dos vídeos do Blane, fui descobrindo que parkour era mais do que sair se jogando, que havia uma filosofia por trás e que essa prática significava fazer as coisas com precisão, ter força, equilibrio e controle. Acho que foi isso que mais me chamou atenção e me motivou a treinar, além claro da insistência do meu irmão e do amigo dele.
O que você viu no parkour?
Vou ser bem modinha agora, mas eu acho parkour lindo. Eu sempre admirei o controle que as pessoas tinham de seus corpos, não só no parkour, mas também na dança, no handebol e em outros esportes. Mas eu achei no parkour uma chance de conhecer melhor meu corpo.
O que o parkour significa para você?
Pra mim é uma forma de desafiar minha mente, de superar meus medos.
Quais foram os seus maiores desafios?
Com certeza controlar meus medos, principalmente medo de altura.