Lodz: a cidade das artes

By Tatiana Maria - 10:00


Para entrar na Polônia, levei exatamente 3 horas. 1 esperando o carimbo da guarda da Ucrânia e mais 2 na Polônia. Mas, pelo menos não fui questionada sobre o meu nome. Ahahahaha...

A ideia inicial (quando estava preparando o roteiro da viagem) era passar por Lodz para visitar minha amiga Nika e ficaria os outros dias em Varsóvia. Só que a falta de resposta do hostel de Varsóvia e depois descobrir que a Neta morava em Lodz, me fez perguntar por que iria à Varsóvia, se tinha ótimas razões para conhecer Lodz? Então, enquanto estava em Kiev, desisti de ir à Varsóvia. Meu destino na Polônia seria outro. 

Quem me recebeu em Lodz foi a Nika. Sim! A Nika que eu conheci no ano anterior em Kiev. Ela faz faculdade de Dança em Lodz. E enquanto estive lá pude conhecer a estrutura da faculdade. Confesso que fiquei encantada com a aula de ballet. Sempre vi o ballet como algo muito rígido, nunca tinha imaginado tanta beleza por trás de toda aquela disciplina. Fiquei animada, e a Nika me tentando a fazer faculdade lá. Ai ai... preciso ganhar na loteria... rs!!

A turma da Nika tem uma mistura que é boa de ver. Você percebe quem se sente mais à vontade em cada aula. Por exemplo, percebi a Nika em uma total entrega ao ballet, e pelo que vi do que o Mateus criou, acredito que se tornará um ótimo coreógrafo. E a menina das meias coloridas me lembrava muito uma das bailarinas em Cruel (da Deborah Colker).


Lodz é incrível! Imagina uma mistura de Rua do Lavradio e Lviv. E nisso você tem direito a encontrar pinturas incríveis nos prédios. Nika me contou que as pinturas nos prédios acontecem durante um festival anual. Claro que pedi para que me deixasse a par de quando rola esse festival, pois quero visitar Lodz quando a arte estiver acontecendo. Embora não tenha escutado, eu diria que a trilha sonora que mais combina com a arquitetura da cidade é o Jazz. Andando pelas ruas, eu imaginava alguém com um saxofone ninando a cidade.

Das coisas que mais me impressionaram em Lodz foi ver a adaptação calçadas aos cadeirantes. Algo que não vi em nenhuma das outras cidades que visitei, e olha que não vi nenhum cadeirante nas ruas. E o que falar dos vários pontos para estacionar as bikes, os prédios com artes, das estátuas que não fiz caretas. Resumindo: preciso voltar.





Parkour em Lodz

Vocês se lembram da Neta? Era a mentora do projeto Polish Traceuses em 2010. Então, eu a conheci!!!! :D
Alias, a primeira pergunta foi por que o projeto não continuou, e é uma pena que foi justamente por falta de material das próprias meninas. O que fica de lição? Como podemos incentivar a prática por mulheres se não temos pequenos atos para que saibam que é possível e que há praticantes. Por mais que eu odeie filmar, que eu me sinta uma pata, é necessário marcarmos presença para que seja possível mais mulheres no parkour.

Vamos voltar a como foi o dia com a Neta? Primeiro, a Neta me levou a um parque onde um dos traceurs de Lodz estava orientando o primeiro para iniciantes (tapa na minha cara porque  esqueci o nome dele). Acho muito importante e fico feliz quanto encontro gente que ajuda aos interessados pelo parkour. Afinal, a galera precisa de um ponto A para começar, e que seja por boas mãos.

No meio da iniciação, a Anna chegou. Ela e a Neta formam a dupla dos cabelos roxos. Nem preciso dizer que adorei, né?! Nos divertimos com o corrimão, a barra torta e o bêbado. Mas, acho que nada nada nada nada é mais divertido que a criatividade da Neta em tentar arrumar um ângulo ou um apoio para filmar um flow. E oremos para que ninguém veja a filmagem da dança com os pássaros. Ahahahahahahahahahahahahahahahhaa... Gostaria de declarar que eu e a Neta estamos juntas no talento para os giros... e assumimos! Ahahahahaha...

Treinar com Neta e Anna me deu uma vontade de montar uma viagem para conhecer os traceurs e traceuses pelo mundo. Eu quero ter um milhão de amigos e em cada canto do mundo poder treinaaaar (Roberto Carlos me processando em 3...).  Vamos ver se conseguirei isso. =)



Eu cozinho!

Preciso dizer qual foi uma das primeiras coisas que a Veronika me perguntou quando cheguei à Lodz? Imagina que estava há tempos sem cozinhar da maneira tradicional (com um fogão a gás), foi um prazer cozinhar para alguém que queria saber como eu fazia e queria experimentar o que eu cozinhava. Em Kiev foi complicado neste ano porque eu cozinhava e a maioria da galera do hostel não aceitava. Entendo cozinhar como entregar algo que é bom em você para alguém. Imagina quando a galera não aceitava... sentia como se não gostassem de mim. Mas, com a Nika foi o oposto. Nem preciso falar do sucesso até do biscoito queimado. xD





Hora da próxima parada

Uma hora é o momento de partir e eu precisava ir para Praga. E foi antes de partir que conheci o namorado da Nika, depois de séculos vendo as fotos dos dois juntos. Que casal fofo!

Escrever as memórias da viagem só tem me deixado com saudades. Assim não dá! Posso voltar?


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