Por Ana Antar
Desde que recebi o convite da Tatiana Silva para falar um pouco sobre os picos de treino de Salvador, me bateu uma dúvida cruel: Falaria dos picos que eu gosto e treino, ou dos picos que são mais populares? Depois de muito me consumir, não tive dúvidas: Falarei um pouco dos dois. Fato é que eu não conheço todos os picos e, com certeza, tem gente mais qualificada pra falar desses lugares do que eu. Mas, como eu não costumo fugir de um bom desafio, arregacei as mangas e, munida de dedos ávidos fui à luta.
Bem, resolvi dividir o texto em duas partes: Picos perto do centro da cidade: Liberdade, Lapinha, Jardim Baiano, Pista de Skate da Lapa, Passeio Público, Campo Grande e Avenida Centenário; Picos distantes do centro da cidade: Parque Costa Azul, Stiep, Stella Maris, Itapuã. Obviamente que existem muito mais picos, mas esses são razoavelmente populares, e preferi escolher lugares onde já treinei, para poder falar com um pouco mais de propriedade.
Comecei a treinar no Passeio Público, um lugar que nem chega a ser considerado um pico pelos tracers daqui, apesar de oferecer uma boa variedade de obstáculos. É um lugar razoavelmente amplo, mas que é mais interessante para treinos físicos, entretanto, com um pouquinho de criatividade, pode se tornar superfície para treinos de movimentação bem interessantes. Para os que gostam de mais adrenalina, pode não ser um lugar tão aprazível.
Lapinha e Liberdade são picos muito próximos um do outro e podem funcionar como treinos complementares. Têm poucos obstáculos e não comportam um número muito grande de praticantes ao mesmo tempo.
O Jardim Baiano é um pico que surpreende muito, à primeira vista não oferece muita possibilidade, mas, basta um olhar mais apurado para se encontrar uma “infinidade” de coisas com o que treinar. O pico tem barras, corrimãos, árvores, mesas, bancos e um barranco que é muito popular por aqui.
O Campo Grande é um bom lugar para treinos físicos por ser bastante amplo, mas no quesito obstáculo, de fato, deixa a desejar, além do fluxo de pessoas que é sempre muito alto.
A Pista de Skate da Lapa é um pico que não pode faltar nos encontros. Sempre acabamos passando por ele. Como o nome já diz, é uma pista de skate, portanto, os obstáculos são os mais óbvios possíveis. Um problema razoável do pico é que, como ele foi construído para os skatistas, então, temos de encontrar um momento em que estes não estejam presentes ou que estejam em menor número, e aí os momentos de sol forte são os mais populares. Aos desavisados que vêm a Salvador, a pista é clara e, portanto reflete o sol (meio-dia definitivamente não é um bom horário #ficadica).
A Avenida Centenário é um lugar grande que possui variados obstáculos, inclusive, desses picos citados até agora é o que possui mais obstáculos com altura — não que sejam de fato obstáculos altos, mas são mais altos do que os dos picos em questão até agora. É uma praça que foi toda reformada há pouco tempo e ela foi construída em madeira. São trocos reaproveitados, portanto, ao contrário do que parece à primeira vista, é tudo bastante resistente.
Seguindo para os mais distantes do centro, encontramos o Parque Costa Azul, que em termos de popularidade é um dos mais conhecidos de Salvador, tanto pelos praticantes locais como pelos de fora. E com certeza todo mundo daqui já passou ou vai passar por lá algum dia. Sem sombra de dúvidas, o Costa Azul oferece uma das maiores variedades de possibilidades que nós temos por aqui, de escadas e corrimãos a espaços para treinos variados, possibilidades que são difíceis de esgotar (apesar da maioria dos tracers daqui já estar saturada de lá, verdade seja dita). Pelo seu tamanho, comporta uma grande quantidade de praticantes ao mesmo tempo. O único problema real do Parque Costa Azul é o fato da administração não nos deixar usar o famoso Castelinho (uma área do parque de brinquedos pra crianças), sob a alegação de que podemos depredar o ambiente (apesar do mesmo ser feito de concreto). Fato é que pisada suja bastante, mas a questão nesse caso ultrapassa os problemas que podemos causar e esbarra na implicância e intransigência da administração.
Muito próximo ao Costa Azul, encontramos uma praça pequena, mas também extremamente popular por aqui, a famosa Pracinha do Stiep. A mesma, apesar do tamanho reduzido e não comportar um número grande de praticantes ao mesmo tempo, tem obstáculos bem variados e um açaí que salva vidas.
Stella Maris é um pico mega longe do centro da cidade, porém, um lugar incrível. É pico que tem pista de skate, pracinha, barras, corrimãos, mesas, bancos, árvores. O lugar possui obstáculos bem diversificados e, por ser grande, comporta muitos praticantes. Coisa, a saber: Se você estiver de ônibus, prepare-se para uma viagem longa.
Se você estiver ainda mais disposto a viajar, temos o Itapuã com o seu famoso Abaeté, lugar muito propício para quem gosta de girar, por ter muitas dunas, portanto, muita areia. Tem também umas escadarias bem populares.
Logicamente que todos esses lugares têm muito mais a oferecer do que eu explanei aqui e que, além desses existem outros, mas, há coisas importantes, a saber, quando se vai à maioria desses lugares: Quase todos ficam longe de lanchonetes e/ou lugares para comprar comida e água (excetuando o Stiep, Costa Azul e Stella Maris). Então, tenha sempre sua garrafinha com água e o lanche do socorro, senão você poderá realmente ficar na mão. Nem todos os lugares são permitidos que se treine em tudo, portanto, pergunte sempre a um tracer local para saber o que pode e o que não pode fazer nesses pontos.
No mais, aproveite. Há sempre picos novos para se conhecer.
*Abaixo segue o link para a maioria dos picos que eu citei.
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