Parkour em Kiev - O Retorno da Carioca

By Tatiana Maria - 22:00

Por Tatiana Silva, publicado em http://tatimabersi.blogspot.com.br/




Antes de voltar à Kiev, avisei a alguns amigos. Logo na primeira semana tive vários encontros, reencontros, muitos abraços, e frio... muito frio! A primeira pessoa do parkour que encontrei foi a Sandra, que durante a minha estadia em Kiev foi mais que uma amiga, foi uma irmã, desconfio que mais velha. :D

O primeiro treino foi com o Max e o Alexey, onde prometi que nunca mais faria piadas com a galera que treinava de luvas, e que casacos a mais na bolsa seriam melhores do que acreditar na etiqueta do casaco para temperaturas próximas a zero. Ensinei também que carioca é folgado e que é Rrrrrrrio (Хио)! Resolvi logo registrar o reencontro para não correr o risco de ficar sem  imagens do Alexey, como tinha acontecido no ano anterior. Alexey é daqueles amigos de opinião forte e que não esconde o que pensa. E eu gosto disso. O Max é o Max! Eu gosto muito do Max. É um cara muito legal e de bom coração. Para entender, só o conhecendo.


Os picos de treino (parkour spots) em Kiev são lindos, e não recusei treino! Me lembro de um sábado à noite que chegue literalmente acabada da MyWay, me prometi que passaria o domingo na cama vegetando, até que recebi uma mensagem no What's App: "Você quer treinar amanhã?" e a resposta de imediato foi: "Onde e que horas?" Ahahahahahhaha... Mas, se tivesse recusado não teria treinado no pico da foto título da postagem. E também não teria sido parada pela senhora que disse para eu não quebrar as pernas. Alguém avise a ela que cheguei inteira ao Brasil.

Foi também nesse treino que conheci um dos casais mais fofos do parkour. Todo mundo considera fofo, pois quando comentei que tinha os conhecido, todo mundo fazia aquela cara de "Ohh! Eles são muito fofos!". Compararia os dois à Angélica e Samuel, que aliás, devo visita (tentarei cumprir neste ano).

O primeiro com a Sandra, foi o primeiro treino dela após a lesão no joelho. A primeira imagem que eu tive ao encontrar o pessoal foi: "Vai rolar um luau depois do treino? Por que esses dois violões?". Mal chegamos ao pico, e a Sandra logo me intimou a orientar o treino da Anna. A língua poderia ser um problema, mas boa vontade dos dois lados  fez com que treinássemos juntas.  Nos treinos seguintes, foi muito bom vê-la fazendo as coisas que tinha explicado no primeiro treino, principalmente quando a vi fazendo de modo independente sem eu precisar ficar do lado incentivando a fazer. Quem sabe daqui a algum tempo ela estará treinando sozinha? :)



Aliás, não foi apenas a Anna que eu ajudei nos treinos, ajudei a Tanya (éramos 3 Tanyas no total) acabei também iniciando a Amrita no parkour. Normalmente no Rio eu fico tentando convencer as pessoas de experimentarem um treino antes de dizerem que parkour é difícil. Com ela não precisei disso. Aliás, ela que perguntou se poderia ir comigo a um treino. Foi e gostou. E espero que a camiseta verde dê a ela a força do Hulk para continuar firme nos treinos. Um ponto que é o mais difícil quando você orienta o treino de alguém é justamente fazê-lo entender que ele é independente. Que ele pode criar, treinar e correr sozinho. Não é um hábito só da galera do Brasil. As pessoas dependem de um apoio para treinar, nem que o apoio seja só a presença.

"Do you wanna build the snowman? Come on, let's go and play!" A neve brindou alguns treinos. Porque não bastava o vento me congelar, tinha de ter a cereja do bolo. Ahahahahaha... E como todo mundo sabia que eu nunca tinha visto neve na vida, horas depois de alguns treinos vi o VK recheado de fotos divertidas minhas. Sou muito criança nesse ponto. Se tiver de bom humor, sou capaz de dançar e cantar (desafinar) na chuva, imagina com neve!

No meio desse monte de treinos, gostaria de fazer um alerta. Se um dia, por acaso, você estiver treinando em Kiev e alguém te oferecer o bombom da imagem abaixo, fuja enquanto é tempo. Não é bondade, não é gentileza, mas um aviso disfarçado sobre Dor Muscular Tardia. Se ouvir a expressão treinar para ter Krepatura, corra! Ahahahahahaha...


Conheci o Grisha, e o chamei de "Drisha" por horas. Se não me engano a expressão "Drish" seria próximo da nossa gíria "frangote". De frangote, ele não tem nada. Tem muito de torturador. Treine um dia com ele e o Max e fique 3 andando que nem pinguim. Brincadeira! Com o Max e Grisha me vi desafiada a treinar no frio. A mão fica lisa, parece que perde a pegada do muro. Correr no frio faz a garganta queimar. Coisas que eu nunca tinha passado no Rio, ou em qualquer cidade que visitei no Brasil. E apesar da tortura, tenho vontade de treinar com eles de novo.


Conheci a Ann. Esperava treinar com ela quando fosse à Lviv, mas acabou que aconteceu mesmo em Kiev. Já que a mesma estava nos preparativos para passar uma temporada de trabalho na China. Não esperava que fosse uma pessoa tão bacana. Fiquei surpresa mesmo quão boa a Ana é. Não falo apenas de parkour, mas também de coração. Ela tem alegria quando fala e brilho quando treina. Espero vê-la (e treinar com ela) em breve. Me lembro de quando postei a foto com ela, meu celular não parava de tantas mensagens recebidas (só perdeu para a foto com Zhenya... ahahhahaha...).Os vídeos da Ann foram os primeiros vídeos que as traceuses brasileiras assistiram. Então, saber que eu a conheci era um misto de curiosidade de saber como ela é e de "entrega um abraço meu". Só tenho a dizer que ela é mais fofa e mais forte do que nos vídeos.


Não poderia deixar de reservar um espaço para falar dela... de novo! Ganhei uma irmã de 1,5m (bom que é fácil de carregar quando pensar em furtá-la de Kiev).Graças a ela, acabei ganhando mais amigos, não apenas em em Kiev, mas também em Kharkiv e Lviv. "Gostaria de dizer que só escrevi essa mensagem porque ela me obrigou!". Ela atende por Santa Sandra, e só não conseguiu realizar um milagre. Mas, se realizasse esse também, Antônio faia uma aparição na Ucrânia só para abraçá-la. Não foi amiga apenas de treinos, é amiga para vida. E não me julga por eu comer muito! xD


A comunidade do parkour é linda! Sempre receptiva. E a amizade não fica apenas nos treinos. Queria agradecer a alguns que conheci.
Natasha, obrigada pelo passeio e pelas fotos. Agradeça a sua irmã por mim (esqueci o nome dela).
Andrii e Dima, fotos lindas sempre. Minhas amigas no Brasil elogiaram muito porque raramente conseguem tirar fotos minhas treinando porque eu fujo. xD
Stas, Jenia e Lera, obrigada por me aturarem.
Ira e Nastyas (eram duas), obrigada pelos abraços. Vocês não fazem ideia quão importante isso é para uma brasileira.
Aliona, leve o baby para treinar também.
Dmitro, por favor, não treine de camiseta enquanto eu estiver tremendo de frio. Isso é bullying! Ahahahaha...
Stepan, não pare de treinar e de fotografar. =)
Tanya 1, pode deixar que eu volto!
Tanya 2 (mãe da Sandra), vamos treinar, parkour mom!
Amrita, obrigada pela paciência comigo no hostel, e principalmente por me aguentar cantando. Continue treinando na sua cidade.






Espero vê-los em breve!

:*

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2 comentários

  1. Vai do outro lado do mundo ver os amigos mas não vem no estado do lado... Falo nada, só observo!

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    1. Ahahahahahahahahahahaha... ciumenta!
      E eu fui antes de viajar ao seu estado. xD

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