Até eu, Brutus?
By Tatiana Maria - 19:28
Por Raíssa Chagas publicado em http://mediocridadevoluntaria.blogspot.com/2011/08/ate-eu-brutus.html
Não coloquei nada relacionado no título do post para não chamar atenção. Mas já vou avisando que só vou (pra variar) desabafar.
Comecei a treinar naquela vibe de não ter nada pra fazer sábado a tarde, juntar uma galera legal e fazer algo mais produtivo que ficar na frente do computador o dia todo. Ok, eu estudava e treinava Ginástica Rítmica também, mas não vivenciava nada de muita responsabilidade.
E como estava acostumada a não ter responsabilidade, não me comprometi muito nos treinos. E após 6 meses desse meu primeiro contato com o Parkour as coisas começaram a mudar, comecei a trabalhar e sofri as devidas consequências por não ter passado no vestibular. Não pude mais treinar Ginástica Rítmica ou qualquer outra atividade que fazia, incluindo as minhas aulas de dança e (claro) os treinos de Parkour.
Apesar do meu inicio na prática ter sido um pouco perturbado e não tão profundo quanto deveria. Tinha compreendido a dita filosofia que os praticantes seguiam.
Exatamente por isso quando soube que haveria um Workshop de Parkour pago (há mais ou menos 1 ano atrás), fui uma das primeiras a xingar todos os envolvidos e copiar e colar os valores do 'Pro Parkour Against Competition' que diz que não acreditamos em vitória e bla bla bla não queremos medalhas e não buscamos dinheiro com a prática. Todas essas leis que todo individuo iniciado no parkour tem conhecimento. E deu treta na comunidade do orkut... e mimimi uns deixaram de ser meus amigos virtuais e outros me idolatraram por ter 'enfrentado os grandes'.
Ouvindo isso, me perguntei como eu estava enfrentando os 'grandes' se somos iguais perante o Parkour? Por que tanta discussão sendo que buscamos a melhor imagem possível da nossa prática para os indivíduos de fora? Não devemos somar ao invés de segregar?
Após uns meses consegui conciliar minha rotina de trabalho e estudo com treinos. Treinei muito tempo sozinha. Não com uma frequência notável para os outros. Mas 1h no máximo 2h por semana, faziam muita diferença pra mim.
Onde eu quero chegar com isso tudo?
O fato é que mudei alguns paradigmas. E hoje posso dizer que já participei como instrutora de mais de um Workshop de Parkour.
Isso significa que eu fui pro lado negro da força?
'Ah Raíssa em tempos de Art Of Motion no Brasil e o protesto que teve, você ainda ta falando em aulas de Parkour? Que assunto fora de moda...'
Eu não vou me pronunciar sobre o protesto e qualquer coisa relacionado ao ocorrido. Porque não estava presente e não participei de nada relacionado ao evento. E acho que muita gente deveria fazer o mesmo. Não falar daquilo que não tem conhecimento.
É fácil sentar a bunda na cadeira do computador, acompanhar boatos e opiniões alheias e sair reproduzindo porque concorda ou discorda de determinado assunto determinada ação. Sei que é, porque já fiz isso.
Vou reforçar que não estou expondo minha opinião. Só estou enfatizando certos pontos que devem ser questionados antes de qualquer post em rede social.
Mas quero fazer uma analogia simples do que um amigo meu disse quando, em tom de brincadeira, reproduzi o que alguns disseram sobre o pódio do evento patrocinado pela Red Bull.
- 'Todo mundo sabe que o Renatinho ganhou #redbullbr'
- 'Que bom que foi ele e não gente idiota.'
Partindo desse princípio, vou continuar a fazer o que estou fazendo. Pois tem sido muito válido como experiencia para minha graduação em Educação Física.
Sendo assim, vou tentar ser o menos idiota possível.
E torcer para que todos que fazem algo pelo Parkour na cena atual, ao menos tentem também.
1 comentários
Há coisas para ser muito, mas muito conversadas. Não é bem assim que a coisa se resume, exige uma pouco mais de calma e avaliação. Quanto a "enfrentar os grandes" existe uma coisa muito importante para ser conversada.
ResponderExcluirButuí